Fernando Pessoa dizia, "navegar é preciso”, e eu diria, que muito pra além disso, "criar é preciso".
Na arte está o indizível, o intraduzível, o irretratável.
A arte dá vida aos inter-ditos, ao que não é entendível, ao que não pode ser transmitido, ao que não pode ser alcançado: o real.
O real da dor, o real da alegria, o real da angústia, o real da perfeição, o real do belo, o real do absurdo, o real do que desejar...
Pintar é, básica e simplesmente, o que fazemos todo dia: é uma tentativa de tamponar buracos; é o pincel aliado à tinta, tentando visível e superficialmente, preencher de maneira incessante, essas minúsculas e intermináveis dobraduras de tecido.
É o preencher com o frescor da tinta colorida, a tela em branco, o vazio, que fundamentalmente constitui isso que chamamos, “vida”.
Enfatizo, é apenas uma tentativa.
Mas que pelo menos, nunca se deixe de tentar...
Pois é a partir dessa tentativa que a arte nasce, morre, e renasce, para morrer, e nascer novamente... assim como a vida.
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